A exposição "Stilo Limpeza Urbana - Gari Fashion" foi recebida pelo Museu da Moda de Belo Horizonte e está aberta à visitação até 30 de julho. É composta por 33 looks criados nas duas edições dos desfiles realizados pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e, segundo é descrito na exposição, "estimula a reflexão sobre o desperdício, reciclagem e reaproveitamento, reforçando a ideia de que cidade limpa também é cultura"
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"Gari Fashion combina a valorização do profissional gari, o uniforme tradicional e seu reaproveitamento, com outro olhar sobre o mundo da moda, repensando e aproximando o profissional gari da população de BH." |
Apesar da aparente boa intenção, a exposição deixou, não somente a mim, mas também as pessoas que estavam comigo, bastante incomodadas. A imagem acima, por exemplo, é de um dos textos auxiliares, e a última frase me fez pensar "então quer dizer que o gari não faz parte da população de BH?", porque é exatamente isso que está dizendo.
A associação forte entre gari e lixo também não me agradou muito. Claro, o trabalho dos garis contempla mexer com esses materiais, no entanto, não vi essa como a melhor forma de valorizar a pessoa por trás do uniforme. Dá a entender que gari se resume a lixo, que não há nada mais que essas pessoas façam ou gostem. Ao meu ver, duas exposições diferentes poderiam ser criadas a partir dessa: uma com o objetivo de realmente valorizar a pessoa que trabalha recolhendo o lixo; outra estimulando a reflexão sobre o desperdício, reciclagem e reaproveitamento.
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#GariCult #Garistreetdance |
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#GariCult #GariPaizão |
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#GariCult #GariMãezona |
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#GariCult #GariEstudante |
Engraçado, achei que garis não podiam ser bons pais ou boas mães.
Em suma, entendo a boa intenção por trás da exposição, mas a forma como expuseram não me agradou.
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